terça-feira, 11 de outubro de 2011

"Arte em cubos" SESC

Exposição "Ambi Entes".
Do Latim, ambi exprime a ideia de duplicidade; ambos; 'de ambos os lados'; 'de vários lados'; 'ao redor de'. E a palavra ente do latim tardio ens entis, do latim escolástico entitás – átis significando “aquilo que existe real ou potencial". Para Heidegger “aquilo através do qual o Ser se nos transmite”ou ainda “aquilo que somos e a maneira de o sermos.”¹ A junção das duas palavras nos revela ambiente que é o conjunto das substâncias, circunstâncias ou condições em que existe determinado objeto ou em que ocorre determinada ação.
Nessa exposição “Ambi Entes”, o artista Elpidio de Paula nos propõe uma reflexão acerca da nossa ação na Natureza e de como essa ação forma ou transforma nosso ambiente. Inspirado nos elementos terra, fogo, água e ar, ele desenvolve formas sinuosas, circulares, espiraladas e diversas outras linhas que envolvem, formam e transformam os cubos.
Venerados e tidos como elementos primordiais a terra, o fogo, a água e ar, desde a antiguidade clássica e em várias comunidades tradicionais, são percebidos como fontes geradoras de tudo o que nos cerca.
Para o artista, os quatro elementos tornam-se entidades míticas e sagradas que personificam a Natureza. Cada cubo se torna um ambiente, uma parte do cosmo que observa e é observada por nós. Ao mesmo tempo, esses elementos encontram-se como que aprisionados pelos cubos, questionando-nos sobre a nossa relação predatória para com a Natureza. Dessa forma, os cubos trazem em si uma relação dual de janela e prisão para os elementos primordiais nos remetendo a uma sensação de respeito e de culpa.
1 Dicionário de Filosofia: Termos e Filósofos.



































quinta-feira, 7 de julho de 2011

1ª mostra Curso de formação em arte contemporânea EDP nas artes

Uma mostra de afetos
Ao observar os trabalhos dispostos neste espaço, me dei conta que se trata de uma mostra impregnada de afeto, superação e um grande desejo de mudança e transformação.


Trabalho de Marina Kamei
Marina Kamei, também explora metáforas. Sua série de fotografias de folhas colhidas no outono,os registros diários da ação do tempo sobre uma rosa, ou o desenvolvimento de um broto de feijão, são mecanismos que a jovem artista encontrou para tocar em questões profundas e muitas vezes difíceis como nascimento vida e morte.






Trabalho de terezinha
Terezinha Rodrigues pinta a alegria e a luminosidade das cores em contraposição a formas geométricas, razão e sensibilidade, realidade e sonho, a artista parece ver o mundo pela janela da abstração e nela dá sentido ao mundo.


Trabalho de Netto

Trabalho de Solange
Os auto-retratos de Antonio Rodrigues Netto e Solange Alves nos fazem pensar em questões de identidade, memória, auto-conhecimento promovendo uma reflexão profunda sobre o indivíduo e sua condição humana. Reflexões fundamentais num processo de busca e entendimento do momento que se vive.

Trabalho de Silvia
Outro procedimento de colagem,neste caso com apropriações de imagens de revistas ou fotografias,acontece nos trabalhos de Silvia Lima. Podemos observar uma ligação com as colagens surrealistas e um desejo de construir paisagens sublimes, fantásticas,oníricas.


Trabalho de Claudio Montanari
A instalação de Cláudio Montanari, rica em elementos visuais, como uma pequena caixa de papelão fechada, que ao toque do observador se desdobra em uma paisagem mágica e em suspensão e em frente ,um livro de artista colocado sobre uma mesa, um banco, uma lâmpada acesa, são indícios de uma estreita ligação com o espaço arquitetônico,ligação esta que se estende do campo da arquitetura para o campo do sensível.
O artista conseguiu criar uma atmosfera intimista num espaço público, a lâmpada acesa evoca luz, sabedoria, iluminação.Não á toa,Claudio é também professor, este trabalho é também uma homenagem as relações deste lugar sagrado.


Trabalho de Marina Boaventura
Marina Boaventura, ao pendurar seus vestidos vazios de corpos, justamente os torna mais presente do que nunca. Estes vestidos ricamente bordados,costurados, desenhados contém uma iconografia própria e são relatos ,confissões de um corpo dilacerado que espera por redenção. A redenção neste caso está no campo da Arte e estas obras são o testemunho vivo.


Trabalho de Isadora
Podemos encontrar este mesmo desejo de espiritualidade e conexão com o cosmos na pintura de Isadora Afonso, aqui, um círculo é ao mesmo tempo lua, sol, útero, olho,terra, paisagem e som.


Trabalho de Geuvar
Esta mesma reflexão sobre identidade, agora sob um viés mais político e social, aparece no desenho de Geovar, que ao utilizar a linguagem dos quadrinhos para nos contar a história de Macunaíma, de uma maneira sintética e extremamente eficaz, mantém vivo o debate sobre a formação da sociedade brasileira. Coerente com a linguagem dos quadrinhos,o trabalho foi reproduzido e será levado pelo público, cumprindo sua função de democratização do debate.


Trabalho de Filipe Porto
Filipe Porto,talvez seja o artista mais conceitual da exposição, o artista investiga noções de valor e identidade ao apresentar uma série de desenhos/retratos,onde não há indícios da figura humana,mas sim sua assinatura, sua marca. Ele fez questão de mesclar assinaturas de pessoas de outras áreas e artistas e apresentá-las com o mesmo tratamento.


Trabalho de Elpidio
Elpídio de Paula Neto é grande,e sua arte também. Grandeza de bondade,de generosidade no desenho elaborado,uma espécie de filigrana do sertão, construído num processo de queima quase ritualístico .A gravação na madeira pelo calor do fogo evoca o sacrifício,sagrado ofício que é ser artista.


Trabalho de Cleide
O mesmo movimento e fluidez aparece na pintura de Cleide Machado, amante dos peixes e das águas. A transparência e leveza desta obra revelam a beleza do que ainda está por vir.


Trabalho de Carolina
As duas fotografias de Ana Carolina Aguiar apresentam a silhueta de um corpo que por não ser identificável torna-se universal, a presença da luz na construção da imagem criam uma atmosfera de mistério impregnada de simbologias e espiritualidade.


Trabalho de Aparecida
Este mesmo mundo,onde tudo cabe, tudo pode nas telas/assemblagens de Aparecida Lacerda, a artista vê beleza nos objetos descartados do cotidiano,muitos deles lixo tecnológico,com estas pinturas nos propõe um questionamento sobre o quanto estamos realmente evoluindo e como podemos elaborar e resolver problemas atuais como acumulação e esvaziamento.O belo de todo processo é que Aparecida trabalha com poesia um sentimento de esperança contagiantes.


Trabalho de Aparecida


Instalação-performance de Andrei e Luciana
Andrey Tamarozzi Lima e Luciana Andrade propoem uma reflexão sobre o corpo, suas relações, desejos, rituais, através de uma performance apresentada ao público na noite da abertura e depois numa seqüência de fotos registros desta ação. O círculo de luz que envolve o casal e a música, nos remete a rituais ancestrais. Neste sentido, a arte tem uma função de re-ligar o homem com algo muito maior e misterioso.
Sandra Cinto
Palmas,Julho,2011
As obras apresentadas nesta exposição foram realizadas durante o período de abril a junho de 2011, durante o curso o Formação em Arte Contemporânea EDP nas Artes com os professores Sandra Cinto e Albano Afonso